Intróito

O que passa pela imagem que se captura é sempre insólito. Porque diverso para o observador, porque diverso para quantos pudessem estar do lado de trás de uma hipotética focalização, porque diverso para todos quanto sejam objecto do registo. As variantes da definição de papeis no que compete – em particular – à fotografia é um mundo próprio de associações e considerações sobre a vida e, muito particularmente, o tempo. Não já como na arte do retrato ou na tradição da pintura histórica – potencialmente objectiva – a fotografia, é o desenvolver de um preceito inocente (quando “caseiro”). Como no anúncio: “Para mais tarde recordar”.
A esse nível, será a imagem registada, impressa, fixada por sais de prata (quando o é), uma mnemónica ou um efectivo instrumento de memória? Um artefacto contextualizante do processo inevitável do devir humano, pessoal e/ou colectivo, ou uma criação autónoma? Um “algo” possuidor de aura, como dela falam BENJAMIN e RICOEUR (ainda que em termos diversos)?
O objectivo deste local-lugar (os não lugares seriam encarados noutros termos que não os da virtualidade online) é recolher contributos para a discussão da imagem (fotográfica) com suas nuances e paradigmas.
Propostas, só as de quem as quiser elaborar…